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Histórico

As vivências acadêmicas na região do vale do Juruá remetem ao final da década de 1980, quando em 07 de abril de 1989, por meio da Resolução nº 03 do Conselho Universitário, foi homologada a criação do Curso de Graduação Plena em Letras no município de Cruzeiro do Sul (Licenciatura Plena em Letras: Vernáculo/Língua Inglesa). Com essa iniciativa, instaurou-se o Núcleo da Universidade Federal do Acre em Cruzeiro do Sul. Posteriormente, em 18 de agosto de 1992, foi implementado o Curso Regular de Licenciatura Plena em Pedagogia e, em 07 de outubro de 1992, seu funcionamento foi autorizado pela Resolução nº 08 do Conselho Universitário. Com três cursos de licenciatura, fixou-se o Câmpus da Universidade Federal do Acre, em Cruzeiro do Sul.

​No ano de 2006, por meio do programa de expansão das universidades federais promovido pelo Governo Federal, o Câmpus de Cruzeiro do Sul ganhou mais sete cursos permanentes e passou a ser denominado Câmpus Floresta, com novo endereço, espaço físico ampliado e condições acadêmicoadministrativas reestruturadas, inclusive com aumento do quadro docente, dos servidores-técnicos e do corpo discente. Entre os novos cursos criados no campo das linguagens e educação, destacamos as licenciaturas em Letras/Espanhol e o Curso de Formação Docente para Indígenas, expandindo as possibilidades de formação de professores.

​Para acolher os diversos tipos étnicos da região, o Câmpus Floresta sistematizou, permanentemente, a formação de professores indígenas, que reivindicavam a continuidade de sua formação também no ensino superior. Para tanto, professores de diversas áreas do conhecimento elaboraram a proposta de um curso de educação superior indígena que culminou com o “Programa Integrado de Licenciaturas para Professores Indígenas da Amazônia Sul-Ocidental”, de caráter multidisciplinar. A elaboração desse programa ocorreu em parceria com o Grupo Técnico Interinstitucional, constituído pela Secretaria de Educação do Estado do Acre, representantes indígenas, Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas e organizações indígenas. A primeira turma teve início no segundo semestre de 2008, com sessenta e dois acadêmicos indígenas representantes de treze grupos étnicos do Estado do Acre, reafirmando a tradição já consolidada na formação docente, que constitui a essência desses cursos das áreas de linguagens e educação coexistentes no Câmpus Floresta. Para garantir o bom andamento das atividades administrativas e pedagógicas das licenciaturas, foi criado o CEL – Centro de Educação e Letras, pela Resolução nº 004 do Conselho Universitário, de 22 de fevereiro de 2011, com o objetivo de articular as ações de ensino, pesquisa e extensão de cinco cursos de licenciaturas, a saber, Letras/Português, Letras/Inglês, Letras/Espanhol, Pedagogia e, atualmente, após processo de reformulação, Licenciatura Indígena. A implementação do CEL foi imprescindível para a consolidação e a autonomia dos Núcleos Docentes Estruturantes (NDEs) de cada curso, garantindo maior participação na reestruturação das licenciaturas e reafirmando a interdisciplinaridade de saberes, conforme preconiza o Plano Nacional de Educação (PNE).

​O histórico desses cursos na região registra inúmeras experiências de produção do conhecimento e convívio com as diversidades e as alteridades que muito enriquecem as relações entre sujeitos socioculturalmente diversificados, heterogêneos e em constante transformação, em um contexto geográfico que demanda saberes locais e multidisciplinares para lidar com toda uma sociobiodiversidade.

O campo das linguagens, que compreende os estudos literários e linguísticos, entre outros fenômenos comunicativos, em nosso contexto, perpassa um caminho entrelaçado com o campo da educação, a partir das estratégias de ensino vivenciadas nos cursos de Letras nessas últimas três décadas. Por sua vez, o curso de Pedagogia sempre dialogou com as concepções de linguagens inerentes ao campo das Letras. Nesse processo dialógico, professores e alunos transitam pelas fronteiras das diversas concepções teórico-metodológicas, inerentes ao ensino.

​Nessa trajetória, as áreas das Linguagens e Educação vêm sendo ressignificadas, formando profissionais que se inserem nos sistemas municipal, estadual e federal da educação no vale do Juruá, promovendo tanto a formação inicial quanto a continuada por meio de cursos de especialização lato sensu, representados, nesse contexto, pelo curso de Especialização em Língua Portuguesa. Para ampliar a participação dos professores do CEL na pós-graduação, uma política de qualificação docente vem sendo implementada, oportunizando a formação continuada em diversos programas de pós-graduação do país.

​A aquisição da titulação de doutor no campo das humanidades por parte dos professores do CEL – tanto em programas de pós-graduação interinstitucionais (MINTER/DINTER), a exemplo das parcerias já concretizadas, no âmbito da Ufac, com UFRJ, UFMG, UFF, UFPR e, atualmente, UNESP/São José de Rio Preto quanto em outros programas – tem propiciado a inserção dos docentes em eventos científicos e ampliado a publicação, tanto individualmente quanto em coautoria, possibilitando a construção de saberes de maneira multidisciplinar com outras IFES. Além disso, a capacitação dos docentes, em nível de doutorado, tem propiciado a inserção de professores do CEL em programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, como no curso de Mestrado em Letras da Universidade Federal do Acre, em Rio Branco, e cursos de Especialização em Cruzeiro do Sul.

​Visando ampliar as perspectivas de atuação dos docentes na área multidisciplinar envolvendo ensino de humanidades e linguagens, os grupos de pesquisa do CEL traduzem o caráter heterogêneo da pesquisa que se realiza no âmbito do CEL, tal como pode ser observado no link dos grupos de pesquisa.

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